
Poucas vezes o Oscar foi tão previsível quanto em 2010. O grande favorito "Avatar" não emplacou as estatuetas que todos esperavam e "Guerra ao Terror" sagrou-se o grande vencedor da noite. Mo'Nique, vencedora do Oscar de melhor coadjuvante, em seu discurso ao receber a estatueta, agradeceu à Academia por premiar a atuação e não fazer jogos políticos. Será que o diretor de "Avatar" concorda com a mesma? Tenho minhas dúvidas.
Sem desmerecer "Guerra ao Terror", temos que ter noção de que se o mesmo é mais um filme de guerra, que recentemente caiu nas manchetes dos jornais ao se envolver em polêmica com um militar americano que processa a produção do filme alegando que o papel principal do mesmo foi baseado nele. Se isso é verdade ou não, sinceramente, não importa, o filme é bem feito, mereceu as indicações que recebeu ao Oscar, mas nem de longe tem a mensagem e causou o impacto que "Avatar" causou nas telas.
E eis então que fica a pergunta: porque "Avatar" decepcionou tanto? Será por ser uma animação? Duvido muito. A Disney coleciona prêmios mundo afora com suas produções sempre de altíssima qualidade e emocionando o público. A missão de Disney de encantar as gerações com suas belíssimas produções vem sendo desempenhada com louvor. Também é improvável que sejam questões técnicas que fizeram com que "Avatar" saísse com apenas três estatuetas durante a entrega do Oscar. Então, me atrevo a dizer que não me surpreenderia se o motivo, ao contrário do que a vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante, em uma premiação mais do que merecida, estivesse equivocada e sim, a questão política tivesse prevalecido durante o Oscar.
A cruzada bélica norte-americana há muito tempo carece de legitimidade. Saiu Bush, entrou Obama e a política belicista permanece. Se nenhuma nova guerra foi iniciada, nenhuma também encontrou seu fim, e as guerras do Iraque e do Afeganistão ainda causam cicatrizes no seio da população norte-americana. Cicatrizes que necessitam ser legitimadas, e o fato de um filme baseado nesse belicismo vencer o Oscar é um passo importante para isso.
A mídia e o cinema sempre foram utilizados pelos mais diversos governos, sejam eles de direita ou de esquerda, para legitimar suas ações. E a Academia do Oscar é famosa por permitir que questões políticas influenciem, sim, as suas decisões, ao ponto de muitos grandes atores, muitas grandes atrizes e brilhantes diretores, mesmo ansiando com a conquista das estatuetas, não alimentarem grandes esperanças quando são indicados.
Se "Guerra ao Terror" foi ou não vencedor por questões políticas, isso somente o tempo e os grandes críticos irão dizer. Trata-se de um filme de muita qualidade, mas que não chega nem perto do fenômeno "Avatar", que agora entra para a galeria dos grandes injustiçados do Oscar.

"GOSTEI MAIS DO FILME PRECIOSA, AVATASR É UMA FANTASIA INFANTIL, NÃO SEI COMO CONSEGUIU CHEGAR ATÉ AÍ"
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